Empreender, ainda mais em épocas de crise como a atual, é um verdadeiro desafio, mas é possível sim consagrar sucesso na empreitada. Só que por onde começar, qual o primeiro passo?
Sair do emprego formal, CLT e partir para o empreendedorismo é uma decisão muitas vezes difícil e ela é necessária por motivos diferentes: vontade de empreender mesmo, desemprego ou pura e simplesmente porque você não aguenta mais trabalhar para os outros e não ser valorizado por seu desempenho.
Independentemente do motivo pelo qual você vai empreender, deve saber de antemão que, apesar da relativa liberdade de tempo que um empreendedor pode gozar, você vai ter muito trabalho, algumas vezes até mais do que se estivesse trabalhando em uma empresa.
Não estou dizendo isso para desanimar, mas sim para trazer você para a realidade. Não será fácil, mas os frutos no final serão satisfatórios, pode apostar.
A dúvida comum quando se pensa em ter um negócio próprio, seja online ou físico, geralmente é por onde começar? O que deve pensar primeiro, ou fazer primeiro? Aqui neste post eu reuni um passo a passo bem simples e objetivo para te ajudar a começar pelo “começo”. Acompanhe.
1º. O Planejamento
Vale lembrar, planejar nunca é demais. Aliás, tudo que fazemos em nossas vidas merece e precisa de um bom planejamento antes, ou está fadado ao fracasso. Então, primeiro de tudo, reserve um bom tempo para o seu planejamento, tipo, colocar no papel mesmo.
Tem sócios ou “participantes”? Coloque-os nesta mesa também, pois as decisões e todo o escopo do seu projeto precisam ser de conhecimento deles também. Muito bem, mas o que planejar efetivamente?
Segue uma lista bem básica:
Nome de sua empresa, do seu negócio. Lembre-se que o “nome” pode ser o seu e o nome fantasia precisa, preferencialmente, representar (ou lembrar) o seu negócio.
Orçamento: tipo assim: quanta grana você tem para investir em seu empreendimento? Vai precisar de empréstimo, financiamento, etc.? Quais instituições bancárias procurar crédito? Lembre-se de que você precisa provisionar muitos gastos como aluguel, salários, estoque, fluxo de caixa, etc. Coloque tudo isto na ponta do lápis.
Localização/site: qual o local onde você vai montar o seu negócio? Se físico, você precisa pensar no ponto, no espaço, etc., independentemente se for serviços ou comércio.
Se for online, você vai ter que planejar a construção do seu site, domínio, hospedagem, meios de pagamento, e-mail, etc. Sugestivamente, se não domina a matéria, procure pela ajuda de um profissional. Não faça nada “meia boca”.
Equipamentos: um negócio físico ou online você precisa pensar em toda a infraestrutura do seu negócio como computadores, prateleiras, sistema de gestão empresarial, mesas, cadeiras, telefones, impressoras, material de escritório necessário, etc.
Estoque: você precisará procurar pelos fornecedores certos, negociar seu estoque e provisiona-lo. Atente-se para prazos de entrega e parcelamentos na hora de negociar.
Equipe: você vai precisar de colaboradores? Precisa pensar em quantos, qual a característica esperada destes colaboradores, se será necessário treinamento ou se já irá procurar profissionais com certa expertise, entre outros.
Logística: seu negócio é online? Se sim, você precisa desenhar toda a logística de entrega. Vai trabalhar com uma transportadora, motoboy, Correios ou outros? Verifique antes prazos de entrega destas empresas, contratos firmados, entre outros.
Podem existir ainda outros itens que precisarão ser pensados neste planejamento. O planejamento deve envolver todos os fatores, coloque tudo na mesa, na ponta do lápis. Você pode exagerar à vontade neste momento, só não pode deixar passar nenhum item.
2º. A Documentação
Nem pense em iniciar o seu negócio na ilegalidade, isto não é nada aconselhável. Primeiro de tudo porque você pretende crescer e regularizá-lo mais tarde será bem mais complicado e custoso, financeiramente falando.
E segundo, trabalhando na ilegalidade, você corre riscos constantes de fiscalização, perde direitos legais entre outros problemas possíveis.
Quanto a documentação, você vai ter que pensar basicamente em dois pontos principais: Enquadramento Jurídico e Tributário. Confira:
Enquadramento Jurídico:
Todo mundo logo já pensa em ser MEI. Tudo bem, tudo ótimo, afinal o MEI foi criado para facilitar as coisas mesmo. É a forma mais simples e objetiva de legalizar o seu negócio.
No entanto, o MEI tem certos limitadores que precisam ser observados, antes de se decidir por este tipo de enquadramento: segundo a lei, o MEI é um empresário individual que atua no ramo de uma das atividades permitidas, cujo faturamento anual não podem ultrapassar os R$ 81 mil.
Você pode pensar: nossa, pra chegar a R$81 mil, tem chão! Mas não é bem assim. Dependendo do ramo do seu negócio, você pode alcançar este valor anual em menos de um ano. Além disso, o MEI só pode ter 1 colaborador. Se você precisa mais que 1, não poderá ser MEI.
Os enquadramentos possíveis são:
MEI: Microempreendedor Individual. O processo de formalização é bem simples e praticamente 100% online.
LTDA: Sociedade Limitada. Caracteriza-se pela união de dois ou mais sócios, com a finalidade de explorar atividades econômicas de produção, circulação de bens ou serviços.
S/A: Sociedade Anônima. Formato de enquadramento jurídico que é caracterizado por ter o capital dividido em ações (capital aberto ou fechado).
EI: Empresário Individual. Formato jurídico que se caracteriza por ter um único sócio. Atenção que nesse enquadramento o mesmo nome civil do proprietário deverá constar no nome da empresa, não havendo separação jurídica entre o seu patrimônio pessoal e o da empresa.
EIRELI: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Este tipo de enquadramento caracteriza-se por não ter a necessidade de outros sócios. Para isso, no entanto, é necessário que exista um capital inicial mínimo maior do que 100 vezes o salário-mínimo vigente, que deve estar totalmente integralizado.
Enquadramento Tributário:
Aqui também se pensa que a melhor de todas as opções será sempre o Simples Nacional, mas não é bem assim não. Dependendo do tipo de negócio, pode ser mais interessante, visando pagar menos impostos, optar por outro tipo de tributação. Basicamente, são 3:
1. Simples Nacional: para se enquadrar no Simples Nacional é preciso ser microempreendedor individual (MEI), microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP), além de cumprir alguns requisitos:
a. O MEI não pode ter faturamento anual acima de R$ 81 mil;
b. O ME o teto é de R$ 360 mil por ano;
c. O limite anual para a EPP é R$ 4,8 milhões.
2. Lucro Real: neste tipo de tributação, todos os impostos serão cobrados de acordo com o lucro real da empresa e eles incidem sobre o faturamento mensal ou trimestral.
3. Lucro Presumido: neste tipo de tributação, toda a incidência de impostos é feita estimando-se que a empresa tenha lucro e calculada conforme a atividade que é desempenhada pela mesma, variando de 8% (indústria e comércio) a 32% (serviço).
Atente-se que os tributos serão pagos nesta proporção, mesmo que a empresa não tenha obtido lucro no período considerado.
Aqui, como dica importante e se houverem dúvidas, procure o auxílio de um contador. Aliás, ele é exigido por lei em todos os enquadramentos jurídicos, à exceção do MEI.
3º. A Divulgação
Meu negócio será físico, não preciso de marketing. Errado!! Tanto um negócio online quanto físico necessita de marketing, afinal, como você irá vender alguma coisa, serviço ou produtos, se ninguém te conhece.
Além disso, como você vai se diferenciar de sua concorrência sem um bom marketing digital? Seu marketing começa já na definição de um logo, das cores características do seu negócio, em um cartão de visita, posts, panfletos, cartazes, site, redes sociais, divulgação na mídia – ou seja, em quase tudo.
Para estabelecer um bom marketing para a sua empresa, siga alguns passos básicos:
1º. Tenha seus objetivos muito bem definidos. Os objetivos possíveis e mais comuns são:
a. Exposição e reconhecimento da marca (gerar autoridade);
b. Geração de Leads – Clientes em potencial;
c. Vendas diretas no ambiente físico ou online (produtos ou serviços);
d. Geração de pontos de relacionamento com seus clientes (também gera autoridade);
e. Atendimento e orientação ao cliente (no pré e pós-venda).
2º. Conheça muito bem o seu público. É importante saber para quem você vai vender alguma coisa, qual o seu comportamento, preferências, tipo de linguagem, etc. Defina seu persona.
3º. Estabeleça as estratégias de marketing que irá utilizar. Apenas redes sociais ou um blog também? Postagens diárias ou semanais? Todas estas definições precisarão ser feitas antes de colocar a mão na massa.
Atente-se ao conteúdo que irá entregar ao seu público, pois é um mecanismo relevante para gerar interação, identificação, fidelização e autoridade para a sua marca.
4º. Crie sua campanha de marketing e defina os melhores canais. Divulgar em todos os canais disponíveis nem sempre é a melhor tática e, pelo contrário, pode poluir demais e dispersar seu público. Para criar suas campanhas e definir os canais mais apropriados, você precisa ter em mente como seu público consome o que você vende, tipo de linguagem, tipo de conteúdo que será entregue, entre outros.
Os canais podem ser online ou não (panfletagem, por exemplo), mas precisam ser definidos com antecedência.
5º. Definindo conteúdos. Já falei de conteúdo até aqui, mas você precisa definir quais serão estes conteúdos, tipo de linguagem, se serão posts nas redes ou um blog que entregue conhecimento e valor para seu público e precisa ser assertivo quanto a este conteúdo: nada de blá, blá, blá...conteúdo sério, que entregue conhecimento de valor.
6º. Monitore seus resultados. Para que seu marketing digital seja efetivo, ele precisa ser medido. Então, você precisará acompanhar pontualmente todos os resultados, promovendo as alterações estratégicas necessárias e quando necessárias.
Aqui também, caso não seja sua praia ou tenha dúvidas, sugestivamente, procure profissionais para elaborarem o seu marketing, o marketing do seu negócio.
E aí? Gostou deste conteúdo? Se sim, compartilha com mais alguém e manda suas dúvidas que respondo, OK!